As minhas aventuras na cidade de São Paulo
O título não pretende ser um plágio mas uma vénia a esse grande livro desse grande escritor/cronista: As minhas aventuras na República Portuguesa (Miguel Esteves Cardoso). Neste humilde endereço, apenas um pouco de tudo, um pouco de nada, muito de mim.
sexta-feira, 22 de março de 2024
quinta-feira, 21 de março de 2024
Eu e yoga
Agradeço ao meu professor Caio Corrêa e à potência da troca que acontece no grupo inspirador e acolhedor que compõe a turma do @yogalaya_ .
Seguimos, com empenho e abertura.
Eu e Jacob Collier
Jacob Collier é, sem sombra de dúvidas, um dos músicos mais geniais do nosso tempo - e, atrevo-me a dizer, de todos os tempos! Não só é um excelente cantor com um timbre que vai dos graves mais profundos aos mais cristalinos falsetes, como é um exímio pianista, guitarrista, e um multi-instrumentista de todo o tipo de instrumentos. Além disso, é absolutamente admirável a sua compreensão da música, o senso de harmonia, o sentido rítmico que pulsa em tudo o que faz. As suas músicas não distraem: inspiram, espelham a sensibilidade e o quanto a música lhe corre nas veias. As versões que faz de músicas de outros cantores ou bandas são magníficas: descontruções e reconstruções que ganham uma nova cor à luz da sua imaginação prodigiosa.
E o que dizer de Jacob Collier em palco? Despojado, alegre, simples, às vezes de pé descalço, passeia pelo palco e pelos vários instrumentos como se estivesse em casa. E quando se torna o maestro do público, transformando aquela massa humana de desconhecidos, heterogénea, imensa, num gigantesco coro afinado a cantar a várias vozes, não há quem possa ficar indiferente! Milhares de pessoas, sem qualquer ensaio prévio, seguem intuitivamente os gestos de Jacob Collier, e o espaço reverbera com a música vinda de todos os cantos. As vozes fundem-se, e de forma brilhante, Jacob constrói uma narrativa com harmonias vibrantes e surpreendentes. Naqueles minutos, não existe diferença de idade, crença, nacionalidade, género, raça que prevaleça: todos são Um, e a música é a sua linguagem. Naqueles minutos, a música faz o que de melhor sabe fazer: une. Jacob Collier, ao dirigir coros nas plateias pelo mundo afora, mostra-nos a maior e mais bonita verdade da nossa existência: somos todos mais parecidos do que diferentes, somos todos parte de uma mesma coisa, e somos mais fortes quando nos unimos.
Eu, as árvores e as orquídeas
A Natureza tem colaborações tão bonitas!.. Uma delas é a das orquídeas e das árvores. Aqui em São Paulo, é muito comum ver as orquídeas entrelaçadas nas árvores. As orquídeas acomodam-se, a árvore acolhe. A orquídea beneficia-se, fortalece-se, floresce, sem prejudicar a árvore em nada. A árvore dá, desinteressadamente. Doa, sem esperar nada em troca, não teme a presença da orquídea, não a repulsa. As duas encontram uma forma de coexistir harmoniosamente juntas. E somos nós que também ganhamos: ao contemplar a árvore ainda mais embelezada, enfeitada, e as orquídeas a florescer, coloridas. Poderíamos aprender tanto com a Natureza...A presença do outro nem sempre tem de ser encarada como uma ameaça. Na diferença, algo bonito pode florescer. Na colaboração, o crescimento acontece. No entendimento, a Beleza manifesta-se. Que possamos ser mais árvore para as orquídeas que precisam de nós.
Eu e os erros
Eu e a dor
Hoje, um dos meus alunos estava com uma dor no pé. "É horrível sentir dor! Seria melhor se não existisse dor..." De facto, sentir dor é terrível, mas não poderíamos viver sem ela. A dor nada mais é do que um sinal de alerta do corpo. Como um alarme que toca cada vez que o corpo se sente ameaçado. Se não sentíssemos dor, poderíamos queimar-nos de forma irreversível, ou passar a vida a quebrar ossos, romper músculos ou tendões. É a dor que nos impede de ultrapassar os limites do nosso corpo. Também a dor emocional é um sinal de alerta de que ultrapassámos algum limite no nosso universo interno. Se nos magoa, se nos constrange, se nos amedronta, é preciso refletir em que limite esbarramos. A dor é desagradável, mas necessária e, se soubermos ouvi-la, é uma excelente professora sobre o assunto mais relevante da nossa vida: nós mesmos.